sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012 - O Início do Fim?


Poucas vezes na história, um ano iniciou-se com tamanha expectativa, e embora seja este um ano com muitos atrativos, como por exemplo as olimpíadas de Londres, o motivo da apreensão é outro. Milhares de pessoas ao redor do mundo acreditam piamente que este é o último ano do nosso planeta, pois no dia 21 de dezembro de 2012, de alguma forma, o mundo vai acabar.

A origem desta superstição esta no fato de que o calendário Maia (uma antiga civilização que habitou a região da America Central) termina exatamente neste dia, prevendo uma catástrofe de proporção mundial. Há ainda inúmeras outras supostas profecias que segundo seus teóricos, podem ser interpretadas com o mesmo significado.

Mas o que nos diz a Bíblia sobre o fim do mundo?

No capitulo 21 do livro do Apocalipse, o apóstolo João, descreve sua visão sobre um novo céu e uma nova terra, e ressalta que a primeira “Terra”, ou seja o nosso planeta já era passado e o mar não mais existia.

Em suma, um dia, realmente o mundo como conhecemos deixara de existir, pois segundo os relatos bíblicos, os seus elementos se desfarão em fogo (II Pe. 3:12)

Mas isso “NÃO” acontecera em 2012. Existe um evento que marcara o inicio de toda a saga apocalíptica e o fim dos tempos, e ele ainda não aconteceu: O ARREBATAMENTO DA IGREJA!

Jesus poderá voltar em 2012?

SIM, é claro. O dia e a hora nunca nos foram revelados, podendo acontecer antes mesmo de você terminar a leitura deste texto. Esperamos ansiosamente a volta de Jesus, e oxalá seja ela ainda no decorrer deste ano. Mas mesmo que o arrebatamento da igreja aconteça, não será necessariamente o fim do mundo. Haverá ainda sete longos e tenebrosos anos pela frente. Um período dominado por um líder maligno que comumente chamamos de “Anticristo”. Uma era de grande tormenta e sofrimento para os homens que receberam sobre si a marca da besta, chamado pelos teólogos de “A Grande Tribulação”. Nesse período os sete selos serão abertos, as sete trombetas serão tocadas e as sete taças da ira de Deus serão derramadas sobre os homens. Mas ainda não será o fim do mundo. Jesus regressara a esse planeta mais uma vez, revestido de poder e glória, derrotara o reino da besta, vencerá a batalha do Armageddon, acorrentará Satanás por mil anos e estabelecerá aqui na Terra seu reino milenial. Passados estes mil anos, Satanás será solto e novamente corromperá os homens numa nova investida contra Deus, desencadeando assim o Juízo Final e a condenação eterna do Lago de Fogo. Somente depois de todas estas coisas, se cumprirá a visão de João, e o planeta Terra passara por uma imensa transformação, deixando de existir na forma como o conhecemos e os salvos passaram a habitar na cidade santa de Deus, a Nova Jerusalém.

Que estejamos preparados, não para enfrentarmos um suposto fim do mundo em dezembro de 2012, mas sim para o Arrebatamento da Igreja, que pode de fato, acontecer ainda hoje!

Pb. Miquéias Daniel Gomes


sábado, 24 de dezembro de 2011

Natal Nostalgico





Lembro-me que quando criança ficava encantado com tudo o que se referia a celebração do Natal. As decorações, as luzes cintilantes, a troca dos presentes (que em nossa família eram poucos, humildes e muito significativos). Porem algumas de minhas lembranças mais queridas fazem menção aos cultos natalinos que enchiam nossa igreja na véspera do Natal. Esses cultos eram repletos de surpresas especiais.  Cantatas, jograis, peças teatrais, apresentações particulares... Tudo lindo... Tudo muito festivo!

Pois bem, o tempo passou, eu cresci e as coisas mudaram. Aprendi muito, evolui um pouco e reneguei minhas coisas de menino... E o natal perdeu muito de seu esplendor... O Natal deixou de ser... Natalino...  Que pena!

Assim como eu, muitos cristãos deixaram de lado a empolgação com o Natal. Com exceção de algumas igrejas que ainda se mobilizam para celebrarem  esta data reunidos (parabéns a vocês, nunca percam isto), a maioria de nossos cultos natalinos já não tem o mesmo apelo de antigamente... As apresentações são frias e assistidas sempre por meia dúzia de pessoas, dais quais, a metade não vêem a hora de irem para a casa.

Cadê nossa empolgação natalina? Cadê nossa nostalgia? O que aconteceu com o Natal Protestante?

A resposta é dura e bem pragmática... Descobrimos que o Natal é uma festa pagã!  Descobrimos a verdade e o Natal perdeu seu significado e sentido.

Mas será esta realmente a verdade absoluta?

Nos primeiros séculos do cristianismo, de fato  não se tem registro de celebrações natalinas, até que a igreja romana decide escolher uma data simbólica para a comemoração do “Aniversario de Jesus”. Tomou-se o caminho mais fácil, a fim de unir o útil ao agradável. Escolheu-se uma data já significativa para os povos pagãos a quem queriam evangelizar, o dia 25 de Dezembro. Próximo a essa data, o hemisfério norte vive o solstício de inverno e algumas civilizações européias utilizavam o vigésimo quinto dia do mês para a realização da Saturnália, uma celebração para  a  divindade pagã chamada Mitra, representada pelo sol, num rito denominado “natalis invicti”, com a finalidade de prestar tributo à “Natividade do Sol Invencível” , para  que o inverno não se prolongasse.

Isso é um fato histórico e não há como negar, assim como é  inegável os enxertos forçados que se agregaram a data; o pinheiro de natal, as velas, enfeites e  a transformação progressiva do bispo turco Nicolau na figura do atual “Papai Noel”, ou ainda o abuso comercial da troca quase obrigatória de presentes, subvertendo as tradicionais “lembranças” trocadas nas  culturas existentes oito séculos antes de Cristo, como por exemplo, simples e simbólicos  raminhos de oliveira.  Jesus de fato, não deve ter nascido em dezembro, uma vez que o pequeno bebê provavelmente morreria congelado no frio inverno palestino, uma vez que a estrebaria era fria e seus pais não dispunham de recursos para mantê-lo devidamente aquecido.

Entretanto, deixando toda essa pragmática de lado, hoje é véspera de Natal, e nesta noite celebrarei com minha família. Todos estarão reunidos e unidos, trocaremos presentes e cearemos. Não para homenagear o sol ou alguma divindade pagã. Não celebraremos ao solstício, mas com certeza traremos a memória o maior evento da história, o nascimento do Emanuel, o Deus presente  entre nós...

É inegável que nesta data, as pessoas se tornam um pouco melhores. Sentimos-nos mais sensíveis, mais emotivos, mais suscetíveis a pedir e dar perdão. Visitamos parentes distantes, sentimos saudades dos amigos, somos cordiais com quem não conhecemos, trocamos elogios, abraços e carinhos, é uma época em que tendemos a pensar nas pessoas que nos cercam antes de nos lembrarmos de nós mesmos... Tudo isso baseados no grande ato de amor demonstrado numa estrebaria de Belém, nunca num rito pagão praticamente obsoleto  e perdido nos  séculos.

Deixamos um pouco de lado a vaidade legalista e acadêmica que nos faz querer ser o diferencial da história, e lembremos que o cristianismo é uma religião baseada em fé, e fé em Cristo Jesus, fé que ele nasceu, fé que só ele pode transformar a vida do homem e isso independe da data de seu nascimento. Posso sem medo afirmar que o fato de que se apenas a lembrança de seu nascimento tão presente nesta data é  capaz de mudar a forma de agir e pensar da maioria das pessoas seja a prova  real e definitiva que  o menino Deus é realmente poderoso, capaz de suplantar  toda e qualquer divindade pagã, pois dele é toda a glória e para ele se destina todo louvor e qualquer celebração realmente significativa!

Um excelente e nostálgico Natal.  Natal do menino Deus, o único digno de toda adoração, o verdadeiro SOL...  DA JUSTIÇA!

Pb. Miquéias Daniel Gomes 


domingo, 18 de dezembro de 2011

Festa Surpresa


(Quando Deus fica em silêncio)


    Mal o sol despontara naquela manhã e ela já estava em pé. Era um dia muito especial. A primeira e ultima vez que ela faria quinze anos. Não dava para ser um dia comum, embora fosse aquela apenas mais uma segunda feira nublada. Escolheu criteriosamente uma roupa que representasse bem seu estado de espírito e suas pretensões para o dia:  coloridas e informais.  Abriu a porta do quarto, correu para o banheiro a fim de escovar os dentes antes de seus irmãos. Ouviu os passos que iam em direção a cozinha e reconheceu o burburinho de vozes matinais: papai e mamãe. Conteve-se num sorriso controlado e sentiu o coração pulsar forte: - eles devem estar falando do meu aniversario! Preparou uma expressão neutra para esconder sua euforia e saiu. Junto à porta tropeçou em seu irmãozinho que engatinhava distraidamente pelo corredor. Levantou se com a mesma velocidade que havia caído. -“Bebê idiota”, pensou ela, enquanto o garotão se esgoelava em lagrimas ressentidas. A mãe, tão rápida quanto um raio veio em socorro do caçula, acolheu o pequenino em seu colo e ralhou: - “Daniela, olhe por onde anda” e se retirou fazendo aquela ridícula voz de bebezinho - Tadinho do bebê, essa monstra machucou você?
   
   Monstra? Daniela? Mamãe sempre a chamava carinhosamente de Dani. Apenas quando havia muita tensão (e entenda-se por tensão “culpa no cartório”) que ela era punitivamente chamada pelos pais de Daniela. Mas hoje isso não poderia acontecer, hoje é o dia da Daniela, ou melhor da Dani, é seu aniversario...
  
    Enquanto vagueava pelos seus pensamentos, ouviu o grito vindo da cozinha. – Daniela, venha logo tomar o café porque você já esta atrasada para a aula... Aula? Hoje não é dia de aula. É dia de passear, curtir e se divertir. - Será que ninguém se lembra que dia é hoje? Hoje é meu dia!- E lá se foi Daniela para a escola, triste, frustrada e sem um único beijo ou abraço de sua família.

    Você já teve dias assim? Onde o mundo parece se esquecer de você? Onde sua família parece não te entender? Segunda feira triste e cinzenta, mesmo que o sol brilhe a pino no céu?

   No ônibus escolar Daniela encontraria o carinho de suas amigas. –“Elas sim se importam comigo”, pensava. Mas para sua surpresa, naquele dia todas estavam mais interessadas em contar suas próprias aventuras de final de semana. Cibele estava empolgada com a visita de uma tia do sul que sabia falar inglês e italiano. Aninha havia passado o final de semana com dor de dente e só estava preocupada com a visita que faria ao dentista. Rebeca por sua vez tinha conversado com o André no MSN e estava empolgadíssima com o futuro da relação, até a Paulinha sua melhor (melhor) amiga estava muito mais interessada no novíssimo celular que a avó lhe tinha enviado como presente de aniversario atrasado. -“E eu, ninguém vai me parabenizar? É meu aniversário, vocês não se lembram... está marcado em suas agendas... esta no meu FACEBOOK .“  Mas apesar de seus protestos mentais e dicas corporais e verbais, aquele seria um longo e tedioso dia de aula, a única surpresa que Daniela teria fora preparada pela Sra. Heloisa, sua adorável professora de química, um teste valendo um quarto da nota.
  
    O silêncio de quem amamos é talvez a mais dolorosa punição emocional que podemos receber. E quando é o próprio Deus  quem  se cala? Aí a situação fica insuportável. Mas não significa que seja punitiva.

  Se você esta se sentindo longe de Deus, sem desfrutar do som de suas voz, encontra-se na mesma situação de um certo grupo de amigos do qual a Bíblia faz menção. Eles estavam reunidos, ombro a ombro, mas mesmo assim tão solitários, que podiam sentir a solidão como uma estaca em seus corações. Seus lamentos e múrmuros não lhes traziam o menor conforto, pelo contrario, somavam-se as suas dores e todos compartilhavam do fracasso e da impotência num amargo cálice de inércia e frustração. Por três anos haviam construído um castelo de sonhos, um mundo de projetos e do dia para noite tudo isso desapareceu atrás de uma pedra pesada e fria. A mesma pedra que selava o corpo de Jesus. Sim, estou falando dos discípulos, que após o sepultamento de Cristo, trancafiaram-se numa cela, sem esperança, pois o mestre estava morto e conseqüentemente Deus havia se calado. Sem a presença de Jesus se findara os preciosos ensinamentos, acabara-se  as parábolas e o pior de tudo, cessara-se as palavras de vida eterna. Estavam sozinhos, abandonados, atravessando um vale escuro e sombrio: O Vale do Silêncio Divino.

  Naquela tarde, Daniela se dirigiu a uma escola de musica para “arranhar” seu  violino. A professora sugeriu aos alunos tocarem “parabéns para você”, mas depois mudou de idéia e resolveu que a lição do dia seria “ o cravo brigou com a rosa”. De repente um lampejo de esperança para aquela infeliz segunda feira brilhou como sol do meio dia. Seu  celular vibra ao som de uma musiquinha boba e ao identificar a chamada viu que era a mamãe. Mas para sua decepção, a ligação foi rápida e o motivo acachapante. Sua mãe pedira para que após a aula de musica, ela acompanhasse sua prima Gisele até uma loja, pois haveria uma formatura no dia seguinte e a “Gi” precisava escolher um vestido e como as duas tinham gostos parecidos, o mesmo tipo de corpo, talvez ela pudesse ajudar nas compras e blá, blá,blá...

   Os discípulos também receberam uma ligação rápida do céu. João conta no capítulo 20 de seu evangelho que os onze estavam fechados no cenáculo quando de repente um Jesus ressurreto aparece, sopra sobre eles o Espírito Santo, testa a fé de Tomé, opera sinais e os envia ao mundo para pregarem o evangelho. Depois desaparece do mesmo modo que surgira, deixando no ar o som do silêncio outra vez. E você acha que os discípulos obedeceram a ordem de Cristo? Não! Ao invés de irem pescar homens, eles resolveram que era melhor voltar ao mar e pegar uns bons peixes.

      Ao chegar à loja, sua prima a esperava solicita junto ao balcão e foi logo dizendo – “Dani, sei que você tem um ótimo gosto para roupas, então quero que você escolha um vestido para mim, e não importa o preço, quero estar perfeita amanhã. Escolha como se fosse para você.” Mas, Dani não estava nem um pouco interessada no sucesso da prima e indicou-lhe um vestido barato e muito, como posso dizer, extravagante.   – “Você tem certeza Dani?” Insistiu Gisele. – “Tenho! É a ultima moda”

    Essa é uma situação muito comum quando enfrentamos o silêncio de Deus. Seguimos nosso instinto e tomamos as decisões erradas.

    Há algum tempo, depois de enfrentar um longo período do silêncio de Deus em minha vida profissional, resolvi lutar com minhas próprias forças, usando minhas próprias armas, por um aumento mínimo em meu salário. Como não consegui, decidi então que era a hora de sair da empresa. Planejei terminar meu expediente e resolver a situação no dia seguinte, mas antes de voltar para minha casa fui levado pelo Santo Espírito até a  igreja onde congrego em um de nossos cultos vespertinos, chegando a tempo de ouvir o Pr. Wilson Gomes (meu pai) ministrar sobre o milagre ocorrido no Mar Vermelho.

   Ao contrário do que vemos nos filmes, o mar não se abriu repentinamente, pois isso tornaria tudo muito fácil.  Vamos entender como de fato o milagre aconteceu. Um mar gigantesco à frente e o exercito de Faráo atrás, armado até os dentes. Como à geologia do local não favorecia fugas laterais, o povo hebreu estava encurralado. Com a chegada da noite e a aproximação dos inimigos, Israel entra em pânico e Deus ordena a Moisés que toque nas águas. E é ai que algo curioso acontece. A coluna de fogo que iluminava e aquecia  os israelitas se retira de sobre eles e se põem de fronte aos egípcios. 

  Você trancaria alguém desesperado num quarto frio e apagaria a luz? Pois foi exatamente isso que Deus fez. Entretanto, o que o povo não sabia é que Deus trabalhava em duas frentes. No acampamento dos egípcios, ele dificultava o avanço causando problemas mecânicos (sabotagem, se você preferir) em seus carros de guerra e no mar agia através de um forte vento que soprou durante toda a noite abrindo  uma avenida no meio do mar, que só foi percebida com os primeiros raios do sol (Ex 14:21-25). Israel não ouviu Deus, não viu Deus, não entendeu Deus... Mas Deus nunca deixou de trabalhar por eles. Deus se cala, mas nunca cruza os braços. Aquela página em branco que divide sua Bíblia em Antigo e Novo Testamento é significativa. Representa um período de 400 anos em que  Deus se manteve no mais absoluto silêncio, sem uma única palavra a humanidade, porem, quando volta a falar quatro séculos depois, é para anunciar que o Messias estava chegando. Deus se manteve em silêncio, mas não havia parado de trabalhar. Ele estava preparando o maior acontecimento da história: A Encarnação do Verbo!

   Quando voltou a sua residência naquela noite, Daniela se deparou com uma casa escura e silenciosa. -Será que saíram e me deixaram para trás? – pensou. Sua prima a encorajou a abrir a porta, girou a maçaneta e entrou, mas antes que pudesse  encontrar o interruptor, as lâmpadas misteriosamente se acenderam: Surpresa!!! A casa se iluminou em cores e enfeites, balões, flores e um bolo gigantesco... Mamãe, papai, seus irmãos, suas amigas e até a professora de violino... Todas estavam lá! – Feliz Aniversario Dani, você é muito especial para nós... Passamos o dia te ignorando, tudo para que tivéssemos tempo de preparar sua festa sem você perceber! - Revelou a mamãe. – Agora vai lá colocar seu vestido novo e volte para dançar sua valsa de quinze anos. Antes que pudesse perguntar  que vestido era esse, Gisele lhe entregou a sacola dizendo: - Surpresa! O vestido era para você! Feliz Aniversario priminha!


   Os discípulos por sua vez passaram a noite inteira pescando sem apanhar um único peixe. Humilhados, frustrados, desorientados e famintos retornavam a praia quando da margem alguém lhes ordenou que lançassem novamente a rede. Meio a contra gosto lançaram e ... Surpresa!!! Centenas de peixe saltaram para o barco num delicioso deja`vú. Pedro se lança nas águas, os outros remam desesperados rumo à margem. Aquela era a voz de Jesus. Deus voltara a falar com eles!

  Para um mundo imerso no pecado ele preparou a salvação. Para discípulos esfomeados assou peixe e pão. Para a nação acuada pelos inimigos preparou um caminho de fuga no meio do mar. Para o profissional frustrado providenciou uma promoção que duplicou o meu salário. E fez tudo isso enquanto estava em absoluto silêncio. Deus sempre preferiu ações ao invés de palavras.

Está frustrado por sentir Deus distante, achando que ele te abandonou e se esqueceu de você? 

Seu dia foi entediante e agora a sua casa esta escura, sombria e aparentemente vazia? Aí vai a grande revelação.

SURPRESA!!!! Deus esteve  ocupado te preparando  uma "baita" festa!



Pb. Miquéias Daniel Gomes


Adonai - AVALON





sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Deus, Dedinhos e Fotográfias



(Quando Deus se orgulha de nossas atitudes)


Lembro-me perfeitamente da cena.

Eu estava deitado no chão da sala entretido com alguma coisa boba que passava na TV. O Nicolas, que tinha pouco mais de dois meses de vida, estava sentadinho sobre mim. Sua mãe lia uma revista reclinada no sofá. Por alguns instantes o pequeno bebezinho não era o centro do mundo. Embora se esforçasse para atrair sobre si nossa atenção com gestos e resmungos, continuávamos intactos absorvidos em nossas futilidades. Foi então que ele decidiu igualmente se ocupar com alguma frivolidade e passou a procurar por todo o ambiente algo que lhe chamasse a atenção. Encontrou seus pezinhos, que por algum motivo, naquela hora estavam sem as famigeradas meias, e foi aí que ele fez uma descoberta incrível: Ele podia, sozinho, mover os dedos dos pés.

Que descoberta. Nem Indiana Jones seria capaz de tamanha proeza. Sua empolgação automaticamente nos contagiou. Paramos nossas atividades secundarias para desfrutarmos do momento mágico de nosso garotinho. Ele havia passado para um novo estágio. Agora ele era o “Senhor” de seus próprios pés. Seus dedinhos se mexiam com agilidade, acompanhados de burburinhos de satisfação e dos gritos histéricos da mamãe: - Pega a câmera... Tira uma foto...Filma tudo... Que belezinha...  Nosso filho já era um homenzinho.


Mika, que coisa mais boba de nos contar!  Quem é que está interessado nos movimentos dos dedinhos do seu filho?

Eu estava. A Val estava. Pais sempre se orgulham dos grandes feitos de seus filhos, mesmo que sejam tão pequenos que passem despercebidos pelo resto do mundo. Ninguém comemorou a proeza de Nicolas, exceto eu e sua mãe. Comemoramos, aplaudimos e nos orgulhamos. Aquele era o nosso garoto. "O Incrível Nicolas", grande dominador de seus próprios dedinhos.

No livro do profeta Oséias, Deus deixa bem claro o que enxerga quando nos vê: “Quando Israel era menino eu o amei... Eu ensinei a andar Efraim; tomei o pelos braços... Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor (Os. 11:1-4 destaque meu)”

Somos  como crianças aos olhos de Deus, crianças birrentas, teimosas e desobedientes, e mesmo assim cuidadas e amadas por um pai que não mede esforço para nos fazer feliz.

Deus nos acompanha diariamente com sua câmera fotográfica. E Pra que? Para registrar nossos pecados e falhas? Não! Ele não precisa disso. Ele faz questão de apagar nossos pecados de sua memória. 


Deus usa sua câmera para fotografar nossos momentos heróicos, históricos e inesquecíveis, como por exemplo, o dia em que aprendemos que somos capazes de mover os dedos de nossos pés... sozinhos. E pode acreditar, exatamente nesse momento lá estava Deus, todo orgulhoso,  comemorando sua descoberta.

Deus nunca teve vergonha de se orgulhar de seus filhos. Quando Jesus nasceu pobre e solitário numa manjedoura de Belém, ele não deixou o momento passar despercebido.  Enviou anjos para cantar, anunciando à rudes (porém  premiados) pastores que seu menino havia nascido: - Ei, não fiquem aí parados, venham ver como meu menino é especial! E quando Jesus desceu as águas do batismo ele extrapolou, rasgou os céus e gritou para o mundo ouvir: Esse é o meu garoto! 


No céu deve haver um álbum de fotografias com cada um desses momentos especiais.

Jesus é o primogênito de Deus. Eu e você somos o restante da prole. E assim como acompanhou passo a passo o dia a dia de seu filho na terra, Deus também acompanha os passos dessas crianças levadas que ele adotou, e os tornou em filhos tão legítimos quanto o próprio Cristo.

“Se somos filhos, então somos herdeiro; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, se de fato participarmos dos seus sofrimentos, para que também participemos da sua glória. (Rm 8:17)”

Irmãos as vezes tem divergências, mas mesmo assim tendem a cooperar entre si, Se rirmos ou choramos juntos uns dos outros, lá está Deus nos observando com ternura... tirando uma foto para o álbum de família.

Quando engolimos nosso orgulho e pedimos perdão a alguém, lá está Deus sorrindo para nós...

Quando aprendemos que somos capazes de abrir a porta com a chave  da oração, lá esta ele do outro lado de braços abertos...

Se vencermos nosso medo e damos os primeiros passos em direção a ele (mesmo que seja por cima da águas), lá estará ele nos esperando, ansioso por um abraço apertado...

Quando imitamos nosso irmão mais velho em suas atitudes, gestos, palavras e pensamento, chegaremos em casa e encontraremos um pai extremamente orgulhoso e feliz...

Orgulhar a Deus é imitar a Cristo, o exemplo de filho perfeito.

·        Obediente – ele fez tudo como o pai ordenara
     Determinado – ele foi a te o fim
·        Esforçado – homem de dores e esforçado no trabalho
·  De fácil dialogo – Todos o entendiam, principalmente o pai, com que conversava constantemente
·        Afável – estava sempre perto de quem o queria
·        Verdadeiro – nunca houve engano em sua boca
·        Justo – sempre esteve do lado do necessitado
·        Sincero – seu coração provinha de Deus
·        Puro – nunca pecou
·        Respeitoso – de fino trato
·        Amoroso – era movido por intima compaixão
·        Controlado – nunca se deixou levar pela motivação errada
·        Centralizado – nunca esqueceu sua missão
·        Empático – morreu por todos os pecadores
·        Simpático – somos atraídos para ele
·        Fiel – nada o fez pensar em desistir

É claro que nunca seremos iguais a Jesus, pois ele  foi  (e ainda é) perfeito e enquanto habitarmos neste corpo carnal nunca alçaremos a perfeição. Entretanto, Deus se orgulhará de nós, se pelo menos tentarmos sermos melhores a cada dia.  Se não podemos ser iguais a Cristo, podemos pelo menos tentar ser parecido.

Comece com pequenas atitudes:

Seja grato pelo dia que se inicia. 
Obedeça a um superior. 
Abrace alguém que não gosta de você. 
Evite um pecado por dia. 
Seja mais sincero. 
Não conte aquela mentira. 
Cante um hino ao invés de reclamar. 
Visite um enfermo. 
Pratique a generosidade. 
Empreste sem esperar receber de volta. 
Diga a alguém que Jesus o ama. 
Diga a alguém que você o ama. 
Diga a Deus o quanto ele é especial pra você.

Mova com muito cuidado um dedo de cada vez e tente não se assustar com a luz forte. É apenas o flash!




(Pb. Miquéias Daniel Gomes)



domingo, 30 de outubro de 2011

Deus e as Fraldas Sujas



(Quando Deus nos leva para o Chuveiro)



Bebês tendem a terem assaduras. Ninguém estranha isso. A pele é fina e sensível, e as fraldas são quentes e úmidas. Basta um breve descuido e pronto... Assaduras.


 Meu filho Nicolas, entretanto, praticamente não passou por esta experiência desagradável. Mas antes que você coloque a mim no pedestal de “grande e zeloso pai”, fique sabendo que o maior responsável pela pele saudável do meu bebê era ele mesmo.

O Nicolas nunca aceitou estar sujo... Então ele desenvolveu uma técnica para que medidas fossem tomadas antes que o pior acontecesse. E que técnica era essa?  Simples. Ele gritava!


Não era um chorinho ou uma manha qualquer, era grito mesmo. Um grito único, facilmente identificável:  - “Preciso urgentemente de fraldas limpas!” Ele gritava sem nenhum pudor, sem nenhum receio de incomodar. Ele queria ser ouvido. Como uma galinha choca que acaba de botar seus ovos, ele anunciava aos quatro ventos sua obra prima: “Ei! Fiz caquinha e quero que me limpem!” Seu grito ecoava pela casa: -“Uh! Uh!Uh!” (algo parecido com o guincho de uma corujinha neurótica). Ele gritava pois precisava gritar. Queria estar limpo de novo, mas para isso precisava de ajuda.


Você já se sentiu sujo alguma vez?


Caso sua resposta seja “sim”, saiba que você não está sozinho.


Eu já me senti sujo. Pedro, Moisés, Davi e Paulo também.


Pedro negou a Cristo por três vezes. Se sentiu sujo!


Moisés matou um egípcio e escondeu  o corpo na areia (varreu a sujeira pra debaixo do tapete), mas quando o vento da verdade soprou, jogou toda a lama em seu rosto. Sujo como um chiqueiro!


Davi se deitou com uma mulher casada e matou o marido dela. Passou um perfume para disfarçar o mau cheio do pecado, mas quando Natã lhe contou a história do homem rico e poderoso, ladrão de ovelhas e assassino, o odor da sujeira se espalhou pelo palácio. Sujo!


Paulo, apesar de sua fé e testemunho, não estava se sentindo muito limpo quando exclamou: - “Miserável homem que sou!” Sujo!


Grandes homens. Suas histórias estão na Bíblia. 

Um simples bebezinho. Minha herança genética



Eu e você. Todos nós.


SUJOS!


O pecado é uma sujeira mortal que nos corrói caso não seja imediatamente lavado.

Quando o Nicolas gritava, uns poucos lenços umedecidos resolviam o problema, mas as vezes (muitas vezes) o caso era grave e exigia um bom banho. E como ele não sabia  se banhar sozinho (nem ao menos sabia onde conseguir fraldas limpas), ele apelava para quem o podia limpar.  Uh! Uh! Uh! (A corujinha neurótica ataca novamente)...

 Assim como os bebês, não temos a capacidade de nós limparmos sozinhos. A sujeira do pecado é densa, grudenta e difícil de se remover. Então precisamos imitar o Nicolas... Olhar para o céu em reverente  humildade e gritar: - “Senhor, podes me limpar?”

O chuveiro de Deus tem conexão direta com o rio da graça, água pura e cristalina (em abundancia) e fica ainda mais refrescante quando é usada junto com o sabonete da marca preferida de Deus: “MISERICÓRDIA”. Frescor revigorante... Limpos outra vez.


É verdade que as vezes esse banho exige um tratamento mais radical, principalmente quando Deus usa uma escova dura e áspera chamada “Repreensão”, mas depois do banho tomado,  os arranhões são refrescos se comparados a craca do pecado que nos incomodava... Deliciosa sensação de limpeza.


 Pedro chora sua sujeira. Mas as margens do Mar da Galiléia seu banho foi completo. – “Pedro, tú me amas...”  Limpo de novo!


Moisés ficou quarenta anos no chuveiro. Banheira cheia da água escaldante do deserto – “Eu serei contigo...”  Fresco e perfumado!


Davi adoeceu até os ossos devido a sua sujeira (banho de limpeza profunda para eliminar os germes e as bactérias)  “O inferno se apoderou de mim... Ergui a minha vós e o Senhor me respondeu...”  Tchau sujeira!


Paulo se entregou sem reservas ao banho perfeito. – “Onde abundou o pecado... superabundou a graça de Deus...”  Que cheirinho bom de limpeza!


O chuveiro da graça está constantemente aberto a todos que precisam  se lavar. A condição: Arrependimento! O meio de se chegar lá: Confissão!

Não tenha vergonha de gritar pelo pai... – “Ei  pai, algo está errado aqui. Acho que preciso de fraldas limpas”.

O pai não resiste ao clamor de seu filho ávido por se sentir limpo outra vez.


Quando ouvia o barulho do chuveiro era difícil fazer o Nicolas  se concentrar em outra coisa. Ele ficava desesperado para entrar logo em sua banherinha  e se esbaldar com a água fresca. Com o tempo ele  aprendeu a engatinhar, e até  mesmo os seus primeiros passinhos foram em direção ao chuveiro, sempre acompanhados de seu inconfundível Uh! Uh!

Deus espera a um longo tempo para ouvir seu clamor... Sua confissão... seu grito que ninguém entenderá, apenas ele...


Faça isso e você ouvira o barulho do chuveiro.


Desfrute da agradável sensação de estar limpo de novo...


Deus está preparando o seu banho...



(Pb. Miquéias Daniel Gomes)



Sonhos



(Pb. Miquéias Daniel Gomes)

Existem sonhos e sonhos... 
    Os que realizamos. Os que deixamos de realizar. Aqueles que realizamos só. Aqueles que realizamos juntos. Aqueles que nunca se realizam e mesmo assim não deixamos de os sonhar...
    Isso porque tudo provem dos sonhos... Nascemos dos sonhos...
    Primeiro Deus sonhou com o tudo. Nas sua mãos ele só tinha o nada, mas do nada ele tudo realizou.
    Sonhou com seus anjos. Sonhou com o céu e com a terra. Sonhou com a vida e com o homem. 
    E trabalhou para ver seus sonhos realizados....
    É verdade que o sonho perdeu seu brilho, mas nunca o seu encanto, pois ele não desistiu de sonhar...
    Deus olhou para a Terra imunda, suja, perdida, condenada e sonhou  com a humanidade salva, com um mundo restaurado... Sonhou que tudo se fazia novo.
    Então ele lutou por seus sonhos, ele não poupou esforços, fez tudo de si, doou o melhor que tinha e seu sonho começou a ganhar forma...
   Esse sonho ainda está sendo realizado... a cada dia... em cada um...
   E hoje, olhando dos céus pra sua igreja, ele vê seu sonho se fazendo real... Ele sorri. Ele se orgulha do trabalho realizado. Ele se sente feliz por ter sonhado com você... comigo... com cada um de nós!
   E se Deus, o onipotente Criador, sonha e luta por seus sonhos, nós suas criaturas jamais poderemos deixar de sonhar. 
   Pois quando sonhamos e lutamos para realizar nossos sonhos estamos de certa forma contribuindo para realizarmos parte do sonho de Deus...


sábado, 29 de outubro de 2011

Corações Cheios e Olhos Abertos


O cenário previsto por Jesus é desolador: fome. pestes, guerras, catástrofes naturais,  aumento da iniquidade e o amor de muitos se esfriando. Nossa geração vive a pleno vapor o cumprimento destas profecias.
É um triste cenário de apostasias, hedonismo e declínio moral. Tempo de densas trevas. 
E é em tempos de trevas que a luz precisa brilhar. 
Nós, a igreja de Cristo fomos comissionados para sermos a luz do mundo e o sal da terra.
Mas como a luz brilhara se a mantivermos apagada?
Chegou a hora, a a hora é esta, que a luz precisa brilhar com uma intensidade jamais vista. 
Você e eu somos o combustível deste chama.


Precisamos louvar enquanto outros simplesmente cantam...
Precisamos pregar o evangelho enquanto outros se calam...
Precisamos assumir a responsabilidade enquanto muitos se omitem...
Precisamos lutar enquanto outros se entregam...
Precisamos continuar enquanto os outros desistem...
Precisamos ser diferentes enquanto todos são iguais...
Precisamos ver alem do horizonte enquanto muitos estão cegos...
Precisamos tocar os céus enquanto todos se apegam a terra

Precisamos rasgar nossas vestes, tirarmos nossas mascaras, colocar nosso rosto na terra, lamentar, chorar e pedimos perdão pelos nossos pecados...

Precisamos ficar de pé, enfrentar o inimigo de sempre, avistar a seara, arregaçarmos as mangas e trabalharmos com afinco pelo Reino do Senhor...

Precisamos ser mais santos ...
Mais puros...
Mais verdadeiros...

Os dias são maus... são de trevas... são os últimos...

Usando o profeta Joel, nosso Deus fez uma promessa para nossa geração:

"Nos últimos dias, derramarei meu Espírito sobre toda a carne!"

E vossos filhos profetizarão...

Vossos velhos terão sonhos...

e os jovens terão VISÕES!


Grupo de Jovens Nova Dimensão

Corações Cheios e Olhos Abertos

29 de Outubro de 2011 - Culto Especial de Celebração do Grupo de Jovens  Nova Dimensão

Tema: Derrama tua SHEKNÁ sobre nós

Divisa: Corações Cheios e Olhos Abertos (Joel 2:28)

Veja o video oficial em 
http://www.comcristo-nobarco.blogspot.com.br/2011/10/blog-post_30.html

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Aniversario da Reforma Protestante




Em 31 de Outubro de 1517, Martinho Lutero afixou na porta da catedral de Wittemberg, 95 teses que queria discutir com os teólogos católicos de seu tempo, as quais versavam principalmente sobre penitência, indulgências e a salvação pela fé. O evento marca o início de uma nova busca pela verdadeira mensagem contida nas escritura . É o estopim do movimento de onde posteriormente viriam as igrejas evangélicas (tradicionais, pentecostais e neo-pentecostais), e representa um marco e um ponto de partida para a recuperação das sãs doutrinas bíblicas. Estas teses são as bases do movimento conhecido como REFORMA PROTESTANTE. A seguir, conheça detalhadamente cada uma delas e tire suas proprias conclusões 



As 95 Teses de Martinho Lutero

1ª Tese

Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: Arrependei-vos...., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2ª Tese

E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

3ª Tese

Todavia não quer que apenas se entenda o arrependimento interno; o arrependimento interno nem mesmo é arrependimento quando não produz toda sorte de modificações da carne.

4ª Tese

Assim sendo, o arrependimento e o pesar, isto é, a verdadeira penitência, perdura enquanto o homem se desagradar de si mesmo, a saber, até a entrada desta para a vida eterna.

5ª Tese

O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6ª Tese

O papa não pode perdoar divida senão declarar e confirmar aquilo que Já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

7ª Tese

Deus a ninguém perdoa a dívida sem que ao mesmo tempo o subordine, em sincera humildade, ao sacerdote, seu vigário.

8ª Tese

Canones poenitendiales, que não as ordenanças de prescrição da maneira em que se deve confessar e expiar, apenas aio Impostas aos vivos, e, de acordo com as mesmas ordenanças, não dizem respeito aos moribundos.

9ª Tese

Eis porque o Espírito Santo nos faz bem mediante o papa, excluído este de todos os seus decretos ou direitos o artigo da morte e da necessidade suprema

10ª Tese

Procedem desajuizadamente e mal os sacerdotes que reservam e impõem aos moribundos poenitentias canonicas ou penitências para o purgatório a fim de ali serem cumpridas.

11ª Tese

Este joio, que é o de se transformar a penitência e satisfação, Previstas pelos cânones ou estatutos, em penitência ou penas do purgatório, foi semeado quando os bispos se achavam dormindo.

12ª Tese

Outrora canonicae poenae, ou sejam penitência e satisfação por pecadores cometidos eram impostos, não depois, mas antes da absolvição, com a finalidade de provar a sinceridade do arrependimento e do pesar.

13ª Tese

Os moribundos tudo satisfazem com a sua morte e estão mortos para o direito canônico, sendo, portanto, dispensados, com justiça, de sua imposição.

14ª Tese

Piedade ou amor Imperfeitos da parte daquele que se acha às portas da morte necessariamente resultam em grande temor; logo, quanto menor o amor, tanto maior o temor.

15ª Tese

Este temor e espanto em si tão só, sem falar de outras cousas, bastam para causar o tormento e o horror do purgatório, pois que se avizinham da angústia do desespero.

16ª Tese

Inferno, purgatório e céu parecem ser tão diferentes quanto o são um do outro o desespero completo, incompleto ou quase desespero e certeza.

17ª Tese

Parece que assim como no purgatório diminuem a angústia e o espanto das almas, nelas também deve crescer e aumentar o amor.

18ª Tese

Bem assim parece não ter sido provado, nem por boas ações e nem pela Escritura, que as almas no purgatório se encontram fora da possibilidade do mérito ou do crescimento no amor.

19ª Tese

Ainda parece não ter sido provado que todas as almas do purgatório tenham certeza de sua salvação e não receiem por ela, não obstante nós termos absoluta certeza disto.

20ª Tese

Por isso o papa não quer dizer e nem compreende com as palavras “perdão plenário de todas as penas” que todo o tormento é perdoado, mas as penas por ele impostas.

21ª Tese

Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

22ª Tese

Pensa com efeito, o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.

23ª Tese

Verdade é que se houver qualquer perdão plenário das penas, este apenas será dado aos mais perfeitos, que são muito poucos.

24ª Tese

Assim sendo, a maioria do povo é ludibriada com as pomposas promessas do indistinto perdão, impressionando-se o homem singelo com as penas pagas.

25ª Tese

Exatamente o mesmo poder geral, que o papa tem sobre o purgatório, qualquer bispo e cura d'almas o tem no seu bispado e na sua paróquia, quer de modo especial e quer para com os seus em particular.

26ª Tese

O papa faz muito bem em não conceder às almas o perdão em virtude do poder das chaves (ao qual não possui), mas pela ajuda ou em forma de intercessão.

27ª Tese

Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28ª Tese

Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro cresce e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

29ª Tese

E quem sabe, se todas as almas do purgatório querem ser libertadas, quando há quem diga o que sucedeu com Santo Severino e Pascoal.

30ª Tese

Ninguém tem certeza da suficiência do seu arrependimento e pesar verdadeiros; muito menos certeza pode ter de haver alcançado pleno perdão dos seus pecados.

31ª Tese

Tão raro como existe alguém que possui arrependimento e, pesar verdadeiros, tão raro também é aquele que verdadeiramente alcança indulgência, sendo bem poucos os que se encontram.

32ª Tese

Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

33ª Tese

Há que acautelasse muito e ter cuidado daqueles que dizem: A indulgência do papa é a mais sublime e mais preciosa graça ou dadiva de Deus, pela qual o homem é reconciliado com Deus.

34ª Tese

Tanto assim que a graça da indulgência apenas se refere à pena satisfatória estipulada por homens.

35ª Tese

Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36ª Tese

Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.

37ª Tese

Todo e qualquer cristão verdadeiro, vivo ou morto, é participante de todos os bens de Cristo e da Igreja, dádiva de Deus, mesmo sem breve de indulgência.

38ª Tese

Entretanto se não deve desprezar o perdão e a distribuição por parte do papa. Pois, conforme declarei, o seu perdão constitui uma declaração do perdão divino.

39ª Tese

É extremamente difícil, mesmo para os mais doutos teólogos, exaltar diante do povo ao mesmo tempo a grande riqueza da indulgência e ao contrário o verdadeiro arrependimento e pesar.

40ª Tese

O verdadeiro arrependimento e pesar buscam e amam o castigo: mas a profusão da indulgência livra das penas e faz com que se as aborreça, pelo menos quando há oportunidade para isso.

41ª Tese

É necessário pregar cautelosamente sobre a indulgência papal para que o homem singelo não julgue erroneamente ser a indulgência preferível às demais obras de caridade ou melhor do que elas.

42ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, não ser pensamento e opinião do papa que a aquisição de indulgência de alguma maneira possa ser comparada com qualquer obra de caridade.

43ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos proceder melhor quem dá aos pobres ou empresta aos necessitados do que os que compram indulgências.

44ª Tese

Ê que pela obra de caridade cresce o amor ao próximo e o homem torna-se mais piedoso; pelas indulgências, porém, não se torna melhor senão mais seguro e livre da pena.

45ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que vê seu próximo padecer necessidade e a despeito disto gasta dinheiro com indulgências, não adquire indulgências do papa. mas provoca a ira de Deus.

46ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se não tiverem fartura , fiquem com o necessário para a casa e de maneira nenhuma o esbanjem com indulgências.

47ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, ser a compra de indulgências livre e não ordenada

48ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa precisa conceder mais indulgências, mais necessita de uma oração fervorosa do que de dinheiro.

49ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos, serem muito boas as indulgências do papa enquanto o homem não confiar nelas; mas muito prejudiciais quando, em conseqüência delas, se perde o temor de Deus.

50ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que, se o papa tivesse conhecimento da traficância dos apregoadores de indulgências, preferiria ver a catedral de São Pedro ser reduzida a cinzas a ser edificada com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas.

51ª Tese

Deve-se ensinar aos cristãos que o papa, por dever seu, preferiria distribuir o seu dinheiro aos que em geral são despojados do dinheiro pelos apregoadores de indulgências, vendendo, se necessário fosse, a própria catedral de São Pedro.

52º Tese

Comete-se injustiça contra a Palavra de Deus quando, no mesmo sermão, se consagra tanto ou mais tempo à indulgência do que à pregação da Palavra do Senhor.

53ª Tese

São inimigos de Cristo e do papa quantos por causa da prédica de indulgências proíbem a Palavra de Deus nas demais igrejas.

54ª Tese

Esperar ser salvo mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o comissário de indulgências, mesmo se o próprio papa oferecesse sua alma como garantia.

55ª Tese

A intenção do papa não pode ser outra do que celebrar a indulgência, que é a causa menor, com um sino, uma pompa e uma cerimônia, enquanto o Evangelho, que é o essencial, importa ser anunciado mediante cem sinos, centenas de pompas e solenidades.

56ª Tese

Os tesouros da Igreja, dos quais o papa tira e distribui as indulgências, não são bastante mencionados e nem suficientemente conhecido na Igreja de Cristo.

57ª Tese

Que não são bens temporais, é evidente, porquanto muitos pregadores a estes não distribuem com facilidade, antes os ajuntam.

58ª Tese

Tão pouco são os merecimentos de Cristo e dos santos, porquanto estes sempre são eficientes e, independentemente do papa, operam salvação do homem interior e a cruz, a morte e o inferno para o homem exterior.

59ª Tese

São Lourenço aos pobres chamava tesouros da Igreja, mas no sentido em que a palavra era usada na sua época.

60ª Tese

Afirmamos com boa razão, sem temeridade ou leviandade, que estes tesouros são as chaves da Igreja, a ela dado pelo merecimento de Cristo.

61ª Tese

Evidente é que para o perdão de penas e para a absolvição em determinados casos o poder do papa por si só basta.

62ª Tese

O verdadeiro tesouro da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus.

63ª Tese

Este tesouro, porém, é muito desprezado e odiado, porquanto faz com que os primeiros sejam os últimos.

64ª Tese

Enquanto isso o tesouro das indulgências é sabiamente o mais apreciado, porquanto faz com que os últimos sejam os primeiros.

65ª Tese

Por essa razão os tesouros evangélicos outrora foram as redes com que se apanhavam os ricos e abastados.

66ª Tese

Os tesouros das indulgências, porém, são as redes com que hoje se apanham as riquezas dos homens.

67ª Tese

As indulgências apregoadas pelos seus vendedores como a mais sublime graça decerto assim são consideradas porque lhes trazem grandes proventos.

68ª Tese

Nem por isso semelhante indigência não deixa de ser a mais Intima graça comparada com a graça de Deus e a piedade da cruz.

69ª Tese

Os bispos e os sacerdotes são obrigados a receber os comissários das indulgências apostólicas com toda a reverência-

70ª Tese

Entretanto têm muito maior dever de conservar abertos olhos e ouvidos, para que estes comissários, em vez de cumprirem as ordens recebidas do papa, não preguem os seus próprios sonhos.

71ª Tese

Aquele, porém, que se insurgir contra as palavras insolentes e arrogantes dos apregoadores de indulgências, seja abençoado.

72ª Tese

Quem levanta a sua voz contra a verdade das indulgências papais é excomungado e maldito.

73ª Tese

Da mesma maneira em que o papa usa de justiça ao fulminar com a excomunhão aos que em prejuízo do comércio de indulgências procedem astuciosamente.

74ª Tese

Muito mais deseja atingir com o desfavor e a excomunhão àqueles que, sob o pretexto de indulgência, prejudiquem a santa caridade e a verdade pela sua maneira de agir.

75ª Tese

Considerar as indulgências do papa tão poderosas, a ponto de poderem absolver alguém dos pecados, mesmo que (cousa impossível) tivesse desonrado a mãe de Deus, significa ser demente.

78 ª Tese

Bem ao contrario, afirmamos que a indulgência do papa nem mesmo o menor pecado venial pode anular o que diz respeito à culpa que constitui.

77ª Tese

Dizer que mesmo São Pedro, se agora fosse papa, não poderia dispensar maior indulgência, significa blasfemar S. Pedro e o papa.

78ª Tese

Em contrario dizemos que o atual papa, e todos os que o sucederam, é detentor de muito maior indulgência, isto é, o Evangelho, as virtudes o dom de curar, etc., de acordo com o que diz 1Coríntios 12.

79ª Tese

Afirmar ter a cruz de indulgências adornada com as armas do papa e colocada na igreja tanto valor como a própria cruz de Cristo, é blasfêmia.

80ª Tese

Os bispos, padres e teólogos que consentem em semelhante linguagem diante do povo, terão de prestar contas deste procedimento.

81ª Tese

Semelhante pregação, a enaltecer atrevida e insolentemente a Indulgência, faz com que mesmo a homens doutos é difícil proteger a devida reverência ao papa contra a maledicência e as fortes objeções dos leigos.

82 ª Tese

Eis um exemplo: Por que o papa não tira duma só vez todas as almas do purgatório, movido por santíssima' caridade e em face da mais premente necessidade das almas, que seria justíssimo motivo para tanto, quando em troca de vil dinheiro para a construção da catedral de S. Pedro, livra um sem número de almas, logo por motivo bastante Insignificante?

83ª Tese

Outrossim: Por que continuam as exéquias e missas de ano em sufrágio das almas dos defuntos e não se devolve o dinheiro recebido para o mesmo fim ou não se permite os doadores busquem de novo os benefícios ou pretendas oferecidos em favor dos mortos, visto' ser Injusto continuar a rezar pelos já resgatados?

84ª Tese

Ainda: Que nova piedade de Deus e dó papa é esta, que permite a um ímpio e inimigo resgatar uma alma piedosa e agradável a Deus por amor ao dinheiro e não resgatar esta mesma alma piedosa e querida de sua grande necessidade por livre amor e sem paga?

85ª Tese

Ainda: Por que os cânones de penitencia, que, de fato, faz muito caducaram e morreram pelo desuso, tornam a ser resgatados mediante dinheiro em forma de indulgência como se continuassem bem vivos e em vigor?

86ª Tese

Ainda: Por que o papa, cuja fortuna hoje é mais principesca do que a de qualquer Credo, não prefere edificar a catedral de S. Pedro de seu próprio bolso em vez de o fazer com o dinheiro de fiéis pobres?

87ª Tese

Ainda: Quê ou que parte concede o papa do dinheiro proveniente de indulgências aos que pela penitência completa assiste o direito à indulgência plenária?

88ª Tese

Afinal: Que maior bem poderia receber a Igreja, se o papa, como Já O faz, cem vezes ao dia, concedesse a cada fiel semelhante dispensa e participação da indulgência a título gratuito.

89ª Tese

Visto o papa visar mais a salvação das almas do que o dinheiro, por que revoga os breves de indulgência outrora por ele concedidos, aos quais atribuía as mesmas virtudes?

90ª Tese

Refutar estes argumentos sagazes dos leigos pelo uso da força e não mediante argumentos da lógica, significa entregar a Igreja e o papa a zombaria dos inimigos e desgraçar os cristãos.

91ª Tese

Se a Indulgência fosse apregoada segundo o espírito e sentido do papa, aqueles receios seriam facilmente desfeitos, nem mesmo teriam surgido.

92ª Tese

Fora, pois, com todos estes profetas que dizem ao povo de Cristo: Paz! Paz! e não há Paz.

93ª Tese

Abençoados sejam, porém, todos os profetas que dizem à grei de Cristo: Cruz! Cruz! e não há cruz.

94ª Tese

Admoestem-se os cristãos a que se empenhem em seguir sua Cabeça Cristo através do padecimento, morte e inferno.

95ª Tese

E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas.

Hino Oficial da Reforma